quinta-feira, 19 de março de 2009

MASCARPONE

Hoje vi um fato novo, ou melhor, antigo, mas que nunca havia presenciado. Foi no Vila Real Supermercado, um ‘empório’ bacana incrustado no Vila Ema, um bairro que nasceu italiano mais que hoje tem pretensões plurais. Butiques caras, barzinhos transados, cafeterias com mesas nas calçadas, é o nosso Vila Madalena valeparaibano. No supermercado, mulheres jovens e maduras circulavam despreocupadas com suas Louis Vuitton repousadas sobre o carrinho. Mais que a mercadoria exposta, eram elas que chamavam a atenção com pesados brincos de ouro, saltos altos, muito gloss e lápis nos olhos, tudo milimetricamente pensado antes de sair de casa para não destoar de uma terça à tarde. Senti-me a própria gata borralheira de bamba e jeans surrado com carteira enfiada no bolso de trás. Sentimento de inferioridade posto, credito toda culpa ao Mascarpone e aos extravagantes R$ 15,40 que desembolsei por um potinho de 390g da Balkis. Por falar em Balkis... foi ali, perto da prateleira de queijos finos que vi e ouvi uma moça de não mais de 35 anos orientando seu motorista uniformizado. - Jair, você fica atento para marca descrita na lista, não quero uma similar. Cottage, só da Balkis, se trouxer errado o prejuízo é seu, tá querido. Pobre “Jair”. Com olhar de aluno de primeiro ano chacoalhava a cabeça positivamente tentando disfarçar o pânico enquanto seguiam para a sessão de vinhos. Voltando pra casa lembrei daquela frasezinha mal traduzida do aramaico ‘é mais fácil um camelo atravessar um buraco de agulha do que um rico entrar no reino dos céus’. Tá, eu sei, peguei meio pesado... mas com certeza a mocinha da lista mereceu. Apesar de que, ela deve estar confiante que o céu é um grande estádio cheio de cadeiras numeradas; com o povão na geral – claro! bejo - Leila
MAIS UMA DA MINHA AMIGA LEILA FERREIRA
VALEU AMIGA

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