sábado, 19 de setembro de 2009

Hino ao racismo

Gente,vale a pena refletir,sobre este texto,será que não é o próprio negro que se auto-descrimina?
Veja o que Nelson Mota,coloca aqui
A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei do deputado Vicentinho (PT-SP) oficializando o “Hino à negritude”, do professor Eduardo de Oliveira. O projeto original previa sua execução obrigatória em todas as solenidades dirigidas à raça negra, mas a exigência caiu na Comissão de Educação: o que os alunos não-negros fariam em tais solenidades? Grandes compositores como Geraldo Pereira, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Cartola, Assis Valente, Silas de Oliveira, Baden Powell, Nei Lopes, Gilberto Gil, Jorge Benjor, e até não negros como Vinicius de Morais, Chico Buarque e Caetano Veloso, já homenagearam magistralmente os afro-brasileiros e sua contribuição à nossa cultura, na língua viva do samba e de suas vertentes. Era grande a expectativa por um hino oficial à negritude. Mas quase não acreditei no que ouvi.É uma marcha escolar-militar, banal e tradicional. Sem fazer juízo de valor, nada nela lembra nem remotamente as novas linguagens que a música negra deu ao mundo, com o samba, o jazz, o rock, o soul, o rap…Apesar da vasta produção de nossos compositores, o deputado Vicentinho argumenta que "não temos ainda símbolos que enalteçam e registrem este sentimento de fraternidade entre as diversas etnias que compõem a base da população brasileira". Fraternidade? O hino ignora as nossas outras etnias. Como o próprio nome diz, só exalta as qualidades do homem “belo e forte na tez cor de ébano/só lutando se sente feliz/brasileiro de escol/luta de sol a sol/para o bem de nosso país”. Pardos, índios e imigrantes foram excluídos.Ao lado de tudo que nossos grandes compositores já cantaram, com tanto talento e originalidade, exaltando os negros brasileiros, o “Hino à negritude” se parece mais com os velhos hinos “brancos” e ufanistas. E o que seria homenagem soa como uma paródia do estilo do opressor:“Ergue a tocha no alto da glória/quem, herói, nos combates, se fez/pois que as páginas da História/são galardões aos negros de altivez”.Os negros não precisam de cotas na música brasileira. Nem o Brasil, de racismo. Que tal tentar um “Hino ao Pobre”?

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