sábado, 23 de maio de 2015

EU E O MEU BONECO JOÃO

Quando em criança foram raras às vezes em que brinquei de boneca,não porque não as tive muito pelo contrário. Sempre preferi os carros, pipas, bola, pião, bola de gude, enfim, fui criada com dois irmãos homens ou por não gostar mesmo. Fato é que: não sei por que cargas d’água, até hoje conservo comigo um boneco que ganhei de presente da minha mãe, ele ainda hoje existe, ficou, adoro saber que ainda está vivo e faz parte da terceira idade como sua dona. Está todo cheio de “curativo” de tanta queda que levava se quebrava todo e eu sempre colava os caquinho. Por ultimo tomou uma queda tão danada que lhe rendeu um “tampo” tirado na cabeça. Engraçado... Eu devia ter uns cinco anos quando o ganhei. Lembro que minha mãe comprou um igualzinho na Loja de Filó para eu dar de presente em um aniversário que fui de uma menina do meu tamanho e filha de um Juiz que havia acabado de chegar à cidade (Rio de Contas) Foi neste dia e em sua casa também, quando vi pela primeira vez na vida uma geladeira e "chupei pedra d’água”. Sim, mas voltando ao BONECO. (João é o seu nome, dado pelo meu pai). Fiquei no aniversário, comi do bolo, tomei Ponche (Bebida feita com vinho doce e pedaços de frutas) garapa de limão, pois refrigerante não existia ainda. Na hora da minha saída... Olha o vexame: Fui ao quarto da aniversariante (pois os presentes ficavam expostos em cima da cama) e catei o presente que eu havia lhe dado. Toda serelepe,com meu cabelo amarrado feito de rabo de cavalo, fui saindo de mansinho. Mas logo a aniversariante percebeu o que eu havia feito, veio correndo atrás de mim chorando e dizendo: É meu é meu, mas eu não queria conversa danei a chorar também e repetia: É meu é meu, foi minha mãe quem comprou... Um verdadeiro puxa dali, puxa daqui, até que minha mãe intercedeu e morrendo de vergonha, me fez voltar e colocar o danado em cima da cama de onde o tirei. E tome-lhe beliscão no braço, daqueles bem fininhos(feito mordida de uma formiguinha)com a ponta da unha pra ninguém ver, e o que é pior, ainda dizia baixinho “engula o choro”. “Pare menina, pare se não vai apanhar”.

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